Fatos Históricos
105 anos da Declaração de Balfour
Conteúdo postado em 12/01/2022
Olá, sapientes!
A formação do Estado de Israel é coberta de conflitos e controvérsias, idas e vindas. Mas vocês sabem como tudo começou? Que tal conhecer um pouco mais sobre esse processo comemorando os 105 anos do que pode ser considerado o ponto inicial da formação de Israel?
A Declaração de Balfour, de 1917, foi o documento em que os britânicos comprometeram-se a criar um lar para os judeus - por isso, ele pode ser usado como um marco para o início da formação do Estado de Israel.
Naquele momento, os planos e as pressões para a formação de um Estado para os judeus começavam a se delinear. E o movimento sionista, que já havia começado a se formar desde o século XIX, passava a ser uma espécie de nacionalismo judeu moderno. Nesse sentido, as primeiras migrações para a Palestina são datadas do início do século XIX, ainda durante o Império Otomano, mas, aparentemente, não tinham a intenção de formar um Estado judeu independende, apenas reunir uma comunidade judaica na terra de suas origens.
Mandato Britânico da Palestina
Pouco tempo depois da Declaração de Balfour, a Grã-Bretanha recebeu da Liga das Nações um mandato para administrar a região que hoje é Israel, Palestina e Jordânia. O mandato Britânico da Palestina foi estabelecido para ser uma solução temporária com a Partilha do Império Otomano logo após o final da Primeira Guerra Mundial, mas, com a substituição da Liga das Nações pela ONU, ao final da Segunda Guerra Mundial, a Palestina ainda era território administrado pela Grã-Bretanha. No entanto, a questão da criação de um "lar nacional judeu" passou a ser urgente no contexto de dívida da guerra com o povo judeu.
Sendo assim, pouco tempo depois, foi convocada uma reunião especial da AGNU para discutir a questão dos judeus. Dessa forma, em 1947, o diplomata brasileiro Oswaldo Aranha foi nomeado para presidir a Assembleia Geral das Nações Unidas (AGNU), apresentando um plano de partilha da Palestina em dois Estados.
O problema dessa solução apresentada, no entanto, foi prever dois Estados não contínuos, ou seja, na tentativa de evitar as migrações em massa e o sofrimento da população, demarcariam os territórios palestino e israelense com base na concentração populacional de cada grupo étnico na região. A consequência disso seriam dois Estados com fronteiras frágeis, com a possibilidade do mais forte ocupar o mais fraco.
Também segundo esse plano, Jerusalém seria considerada um corpus separatum, administrada internacionalmente pela ONU. No final das contas, o plano foi aprovado por 33 votos a favor, 13 contra e 10 abstenções, mas não foi reconhecido pela Liga Árabe (Egito, Síria, Líbano e Jordânia) e nem chegou a ser posto em prática.
É aí que os conflitos começam…
Ainda em 1947, grupos paramilitares árabes e judeus já estavam em conflito por causa do plano. E, em 14 de maio de 1948, quando terminou oficialmente o mandato britânico da Palestina, a situação só piorou. No dia seguinte deu-se início à primeira guerra árabe-israelense, conhecida pelos israelenses como Guerra de Independência e pelos palestinos como “A Catástrofe”. Em 15 de maio de 1948, Israel declarou sua independência e foi atacado pelos exércitos do Egito, Síria, Iraque, Jordânia, Líbano e Arábia Saudita.
Ainda assim, com o apoio dos Estados Unidos, país com forte comunidade judaica, Israel venceu o conflito e expandiu seus territórios, além de ter tomado o controle de Jerusalém Ocidental. Do lado dos países árabes, a Jordânia ocupou a Cisjordânia e o Egito, a faixa de Gaza.
Mas os conflitos não acabam por aí…
Desde então, já aconteceram diversos ataques de grupos contrários tanto à formação de um Estado judeu como de um Estado palestino, mas duas guerras enolvendo Israel e os vizinhos árabes não podem ser esquecidas: a Guerra dos Seis Dias, de 1967, e a Guerra do Yom Kipur, de 1973 a 1978. O primeiro conflito foi resultado de um ataque preventivo de Israel, que alegou ter informações de um iminente ataque dos países árabes. A RAU, República Árabe Unida (Egito e Síria formaram uma união naquele momento), Jordânia, Líbano e Iraque uniram-se contra Israel, mas foram derrotados novamente frente a superioridade aérea do inimigo. Israel acabou saindo com a posse da Península do Sinai, das Colinas de Golã e da faixa de Gaza, além do controle sobre a outra metade de Jerusalém.
Já o outro conflito foi uma resposta árabe à guerra de 1967. Egito e Síria receberam apoio de outros países para atacar Israel, que continuou tendo apoio dos EUA. Esse conflito terminou em um impasse, levando aos acordos de Camp David de 1978, onde o Egito assinou a paz com Israel em troca da península do Sinai.
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