Fatos Históricos
68 anos da Guerra da Coreia
Conteúdo postado em 27/06/2018
Olá, amigas e amigos CACDistas!
Em 25 de junho de 1950, a Coréia do Norte comunista invade a Coréia do Sul. Os Estados Unidos vêm em auxílio da Coréia do Sul à frente de uma força da ONU composta por mais de uma dúzia de países.
O Estados Unidos obtêm da Assembleia Geral da ONU, mediante a Resolução 83 – “Unidos para a Paz” – que altoriza o deslocamento de tropas à península coreana, comandadas pelo general MacArthur. O Brasil apoia as ações norte-americanas na Coreia.
A China comunista junta-se à Coreia do Norte na guerra em novembro de 1950, desencadeando um massivo ataque terrestre chinês contra as forças americanas. A União Soviética também apoia secretamente a Coréia do Norte.
Após três anos de combates, a guerra termina em um impasse com a fronteira entre a Coréia do Norte e a Coréia do Sul, perto de onde estava no início da guerra.
Esta foi a primeira guerra quente da Guerra Fria, e nela os Estados Unidos demonstraram seu compromisso contínuo com a contenção (a idéia de que os EUA acabariam por derrotar o comunismo ao conter sua disseminação).
Atualmente, a crise na península coreana entrou na pauta do dia e par enterdermos as nuances dessa crise geopolítica inafastável a compreensão da Guerra da Coreia que completou 68 anos no último dia 15 do corrente mês.
Vamos a um breve resumo desse fato histórico!
A Guerra da Coreia começa
Entre 1910 e 1945, toda a península coreana esteve sob domínio japonês, resultante da Guerra russo-japonesa. Quando a Coreia foi libertada do controle japonês no final da Segunda Guerra Mundial, os Estados Unidos e a União Soviética concordaram, temporariamente, em dividir a Coréia no 38º paralelo de latitude norte do equador. Essa divisão resultou na formação de dois países: a Coréia do Norte comunista (apoiada pelos soviéticos) sob a liderança de Kim Il-Sung e a Coréia do Sul capitalista (apoiada pelos Estados Unidos) liderada pelo conservador nacionalista Syngman Rhee.
Cinco anos após a divisão do país, o líder comunista da Coréia do Norte, Kim Il Sung – o avô de Kim Jong-un -, decidiu tentar reunir a Coréia sob seu controle. Em 25 de junho de 1950, Il-Sung lançou uma invasão surpresa da Coréia do Sul com apoio soviético que, por sua vez, contava com apoio chinês em caso de uma investida americana.
Acreditando que a União Soviética havia apoiado a invasão, o presidente dos Estados Unidos, Harry Truman, e seus conselheiros seguiram sua política de contenção, recusando-se a permitir que o comunismo se espalhasse em qualquer parte do mundo. Dois dias após a invasão, os Estados Unidos convocaram o Conselho de Segurança da ONU, conseguiram um boicote temporário à Uniâo Soviético, condenaram as ações norte-coreanas, declararam apoio à Coréia do Sul e convocaram outras nações a uma ação coletiva de segurança. Uma coalizão da ONU liderada pelos EUA, então, foi enviada para a Coréia do Sul.
Em agosto, as forças norte-coreanas haviam varrido quase toda a Coréia do Sul. As forças americanas detinham apenas um pequeno perímetro defensivo no sudeste do país, perto da cidade de Pusan – conhecido perímetro de Pusan. Em setembro, porém, sob o comando do general Douglas MacArthur, os Estados Unidos lançaram uma ousada contra-ofensiva, que incluiu um ousado desembarque anfíbio no território ocupado pelas forças norte-coreanas em Inchon, na costa oeste da Coreia do Sul. Com essa reação bem sucedida, as forças americanas conseguiram levar os norte-coreanos de volta à fronteira no 38º paralelo.
Além do paralelo 38
A administração de Truman, após conselhos de MacArthur e outros especialistas, tomou a decisão de prosseguir pelo 38º paralelo até a Coreia do Norte, acreditando que a China não iria contra-atacar. Mas ao final de novembro de 1950, quando as forças americanas se aproximavam da fronteira chinesa, líderes da China comunista, com receio de que os EUA a invadissem, enviaram tropas para a Coreia do Norte, o que forçou um recuo das tropas americanas e da ONU ao sul – Paralelo 38.
Na primavera de 1951, os americanos haviam se empurrado para o paralelo 38 novamente. Na mesma primavera, o presidente Truman demitiu o general MacArthur quando MacArthur desafiou publicamente a estratégia do governo. Os próximos dois anos foram de lutas ferozes, mas a fronteira se manteve. Em 1953, um armistício reestabeleceu o status quo antes da guerra, perto da fronteira que originalmente dividira a Coreia do Norte e a Coreia do Sul. Aos jus-internacionalistas, perceba o emprego do status quo antebellum sendo aplicado na prática.
A DMZ (zona desmilitarizada) de duas milhas e meia de largura fortemente armada que separa a Coreia do Norte e a Coreia do Sul existe até hoje.
Cerca de 36.500 soldados americanos morreram na guerra, além de centenas de milhares de soldados e civis da Coréia do Norte, Coréia do Sul e forças da coalizão.
Coreia no contexto da Guerra Fria
Na Coreia, os Estados Unidos demonstraram seu compromisso contínuo com os principais elementos de sua estratégia da Guerra Fria. Demonstrou sua liderança global, comprometendo seus recursos e soldados na luta contra a propagação do comunismo. Os Estados Unidos também confirmaram seu compromisso com uma política externa baseada na segurança coletiva, mobilizando outros países para apoiar sua posição tanto política como militarmente.
Na Coreia, os Estados Unidos demonstraram os ideais expressos na Doutrina Truman, que prometia apoio aos “povos livres do mundo” que desejavam manter a agressão comunista sob controle. Embora a guerra tenha terminado onde começou, os Estados Unidos e seus aliados conseguiram impedir que o comunismo ultrapassasse o paralelo 38 e chegasse a Coreia do Sul.
Em última análise, o resultado mais significativo do conflito coreano foi o maciço rearmamento americano que ele provocou. A guerra levou à implementação do NSC 68 – o exército expandiu para 3,5 milhões de soldados, o orçamento de defesa aumentou para 50 bilhões de dólares por ano até 1952 e os Estados Unidos adquiriram bases militares distantes da Arábia Saudita para Marrocos. A América estava agora comprometida em travar uma disputa global contra a União Soviética com armas e palavras.