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A coragem das mulheres contra a obrigação do uso do véu ganha força no Irã

A coragem das mulheres contra a obrigação do uso do véu ganha força no Irã

Conteúdo postado em 27/02/2018

Olá, Sapientes!

 

Uma boa dica sobre Atualidades dessa semana é o que tem acontecido no Irã e que pode ser tema-objeto de questão para o concurso do CACD.

 

Quem diria que as mulheres, consideradas cidadãs de segunda categoria em diversos aspectos sociais após a Revolução de 1979, fossem revoltar-se no Irã pelo uso forçado dos véus. Neste protesto, elas tiram-no e decidem pendurá-los em paus, como se fossem “varas de pescar” ficando em praça pública de cabeça destampada e hijab no ar, em sinal de protesto pacífico contra um dos maiores símbolos de opressão do sexo feminino no país. Este movimento começou pela capital do Irã e já se alastrou para outras cidades.

 

Este movimento teve como fonte de inspiração uma jornalista iraniana chamada Masih Alinejad que desde 2014 tem incentivado ações de protesto como esta através da sua página My Stealthy Fredom (Minha liberdade furtiva), no qual questiona frequentemente as leis de seu país. Alinejad fez um vídeo de si mesma caminhando sem véu no Irã e incentivou outras mulheres a fazerem o mesmo.

 

O vídeo e as fotografias deste ato rebelde viralizaram na internet por meio de redes sociais e hoje se tornaram um marco contra a opressão feminina. Alinejad vive atualmente nos Estados Unidos e teme em ser presa caso volte ao seu país, mas continua encorajando outras mulheres iranianas sendo peça chave neste movimento revolucionário feminino. O que está em pauta não é o uso voluntário do hijab, mas, sim, sua obrigatoriedade.


Muitos homens também se solidarizam à causa pendurando um véu em um pedaço de madeira, balançando-o em um gesto simbólico, assim como mulheres que usam o hijab por vontade e convicção próprias. Para os que acham que se trata de uma simples peça de roupa, não se enganem: discute-se a dignidade da mulher, sua liberdade de escolha e seu poder absoluto sobre seu corpo e demais aspectos da vida, até então inexistentes. A conquista da liberdade de escolha no vestuário representa simbolicamente o condão da liberdade para todo o resto.

 

No fim de 2017, outra iraniana ficou conhecida por protagonizar a mensagem de protesto, Vida Movahed, em plena rua da capital Teerã. Vida ficou por mais de 40 minutos em cima de uma caixa de eletricidade, sem o véu branco que lhe cobria a cabeça, com ele amarrado por um pedaço de pau. Posteriormente, foi conduzida coercitivamente à Polícia. Coincidentemente, Alinejad havia pedido através de sua página que as mulheres usassem véu branco às quartas-feiras em sinal de protesto. O protesto de Vida foi exatamente em uma quarta-feira e com um véu branco espetado em um pedaço de pau.

 

Em resposta, as autoridades tentaram ridicularizar o protesto por meio da desvalorização e infantilização dos atos femininos, o que não repercutiu da forma esperada, ao contrário de outras ocasiões anteriormente abafadas. Se durante 40 anos as tentativas de indignação foram silenciadas por meio da força, as gerações mais novas mostram que o medo dessa força já não é suficiente para calá-las, a coragem toma lugar para o desafio da desobediência civil.

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