Fatos Históricos
A Guerra do Chaco
Conteúdo postado em 07/04/2021
Olá, sapientes!
Sabiam que a Guerra do Chaco foi uma disputa entre a Bolívia e o Paraguai, que levou esses dois países a apontarem armas entre 1932 e 1935? Esse conflito deixou milhares de mortos e foi causado pela disputa por posse de uma região que quase não era ocupada pela população de nenhum dos dois países, conhecida como Gran Chaco ou Chaco Boreal. Continua lendo, que o Blog Sapi vai explicar direitinho como tudo aconteceu!
A disputa pelo Gran Chaco
Para contextualizar a situação, essa mesma região citada acima também havia sido de interesse da Argentina no final da Guerra do Paraguai, mas o Brasil havia agido diplomática e militarmente para garantir que a Argentina não tomasse ela e aumentasse a sua fronteira com o Brasil. Esse evento mostra que, internacionalmente, era mais ou menos aceito que a região era do Paraguai. Apesar disso, as fronteiras entre o Paraguai e a Bolívia na região do Chaco Boreal ainda não haviam sido bem definidas. E, para piorar a situação, foi descoberto petróleo ao pé dos Andes, levantando expectativas de também haver fontes desse recurso naquele trecho de território.
Sem falar que, antes da escalada do conflito, a Bolívia já estava ressentida com a perda de territórios ao final da Guerra do Pacífico, confronto contra o Chile que ocorreu de 1879 a 1884, no qual a Bolívia perdeu o acesso ao Oceano Pacífico. Somado a isso, o país também havia assinado o acordo de Petrópolis, de 1903, com o Brasil, no qual cedeu a região que hoje é o Acre brasileiro, rico em seringueiras para produção da borracha, em troca de uma compensação e o acesso ao Oceano Atlântico.
O motivo por trás da Guerra do Chaco
Não querendo perder mais nenhum território que considerava seu por direito, ainda mais um possivelmente rico em petróleo (levando em conta o quanto o petróleo era importante para a industrialização de um país sul-americano no início da década de 1930), a Bolívia entrou no conflito que ficou conhecido como Guerra do Chaco. A posse efetiva da região do Chaco pela Bolívia, além de todas as outras vantagens, também permitiria que esse país tivesse acesso ao rio Paraguai, uma via hídrica que possibilitaria ao país chegar ao tão desejado Oceano Atlântico. Já para o Paraguai, perder a região do Chaco significaria torná-lo um país ainda menor e mais vulnerável à possíveis pretensões expansionistas de seus vizinhos no futuro.
Os países vizinhos tentaram mediar a questão na defesa do retorno da paz. A Argentina teve uma posição de neutralidade pró-Paraguai, já que o país fazia parte da esfera de influência argentina desde o início do século XX. O Brasil, por outro lado, não defendeu nenhum lado na tentativa de solucionar o litígio. Ainda assim, pouco foi alcançado com os diálogos pela paz e a guerra continuou por ainda alguns anos.
Ah! É bom lembrar, também, que, além da Guerra do Chaco, no mesmo período, o Brasil também se envolveu na mediação da Questão de Letícia, entre Colômbia e Peru.
O desfecho do conflito
No final das contas, o conflito acabou com a derrota da Bolívia. Alguns historiadores apontam as estratégias militares antiquadas e a dificuldade de dar apoio aos soldados como causas da derrota, assim como o desgaste econômico, uma vez que o país ainda vinha sofrendo consequências da crise de 1929.
Com a assinatura do armistício em 1935, ficou decidido que o Paraguai ficaria com o controle de cerca de ¾ do Chaco Boreal e a Bolívia com ¼ do território e o desejado acesso ao rio Paraguai, amenizando, assim, a falta de uma saída direta para o mar. Já as suspeitas de petróleo naquele território não foram concretizadas.
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Até a próxima!