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Alemanha: uma potência do século XIX aos dias atuais

Alemanha: uma potência do século XIX aos dias atuais

Conteúdo postado em 01/12/2021

Olá, sapientes!

Com a unificação tardia dos Estados germânicos, a Alemanha já surgiu em 1871 como uma potência. Um Estado que nasce grande territorialmente e com uma população bastante grande para os padrões europeus também é um Estado com grande disponibilidade de mão de obra e com capacidade para desenvolver o exército e captar impostos. Além disso, antes da unificação, a região já tinha uma boa infraestrutura, uma grande malha ferroviária, tecnologia militar e indústria bem estabelecida, que havia sido desenvolvida para servir de base para as guerras de unificação.

 

Potência Satisfeita

 

Toda essa grandeza desestabilizou o equilíbrio de poder que servia para impedir o escalonamento de novas guerras sistêmicas. Também conhecido como concerto Europeu, esse sistema reequilibrou o poder da potência ao redesenhar o mapa da Europa no Congresso de Viena de 1815, ao final das guerras Napoleônicas. Nesse sentido, a liderança de Otto Von Bismarck, primeiro-ministro prussiano (de 1871 a 1890) que orquestrou a unificação, foi essencial para que a paz pudesse ser mantida no continente até 1914, apesar da ameaça que representava o poder alemão. Por isso, a Alemanha desse período ficou conhecida como potência satisfeita. Outro fator que demonstra o poder alemão é que, ainda antes da Unificação, a Segunda Revolução Industrial ter começado onde hoje é a Alemanha. Esse processo, que se deu entre a segunda metade do século XIX e o início do século XX, só foi possível pelo desenvolvimento na Alemanha do motor a combustão interna. 

 

No início do século XX, já estava claro que a Alemanha iria superar o Reino Unido como grande potência. Um sinal disso foi quando, ainda no final do século XIX, Berlim começou a emitir moeda sem lastro em ouro para continuar com seu projeto de investir em desenvolvimento militar. Em resposta, os outros países sentiram-se pressionados a fazer o mesmo para poder se proteger de uma possível ameaça da Alemanha. É por esse motivo, dentre outros, que Berlim é responsabilizada pelas duas Guerras Mundiais.

 

Padrão-ouro

 

O padrão-ouro foi um símbolo do poder imperial do Reino Unido, já que a maior parte das reservas de ouro estava em mãos dos britânico e a libra era considerada a moeda global no século XIX. O objetivo desse sistema monetário era gerar maior credibilidade e estabilidade para o sistema financeiro internacional. No entanto, o lastreamento em ouro também provocava engessamento econômico. O padrão-ouro foi novamente desrespeitado pela Alemanha e diversas outras nações durante as guerras mundiais e também como forma de superar a crise de 1929.

 

Após o período de recuperação da Segunda Guerra Mundial, a Alemanha passou a ter o objetivo de restaurar o prestígio e a confiança do país e uma ferramenta para isso foi a busca por tornar-se uma liderança europeia por meio da integração. Konrad Adenauer, chanceler da Alemanha Ocidental entre 1949 a 1963, foi um dos principais formuladores do projeto de integração europeia.

 

Criação da União Europeia

 

Em 1991, o Tratado de Maastricht oficializa a criação da União Europeia, já com a intenção de definir uma moeda única para o bloco. Em 2002, o euro começou a circular, primeiro em 12 membros, mas, posteriormente, em 19 dos membros, além de outros países de fora da Europa. A substituição da importância da libra pelo euro na Europa é simbólica ao evidenciar a relevância da Alemanha. Atualmente, o marco alemão é a âncora de formatação do euro, recebendo benefícios para além do campo político.  Para a Alemanha, aderir ao euro foi algo positivo, pois é uma moeda mais desvalorizada que o marco alemão, o que aumenta a competitividade das exportações alemãs, e mais capaz de rivalizar com o dólar internacionalmente.

 

Mais recentemente, tivemos a notícia de que a chanceler Angela Merkel foi sucedida por Olaf Scholz, do Partido Social Democrata, após 16 anos no poder. o Novo chanceler formou uma coalizão de governo os Verdes e o Partido Democrático Liberal para obter o apoio necessário do Legislativo. Essa aliança demonstra certa continuidade da política de Merkel de defesa da democracia, das políticas de austeridade econômica e de combate às mudanças climáticas. 

 

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Bons estudos e boas leituras!

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