Quero ser Diplomata, e agora?
As provas de francês e espanhol no CACD
¡Buenos días, estimadas y estimados lectores!
Como vão os estudos das línguas estrangeiras?
Hoje vamos falar sobre as provas de francês e espanhol no Concurso de Admissão à Carreira Diplomata.
Muitos candidatos acabam negligenciando esses idiomas em sua preparação, talvez porque as duas línguas não são cobradas na Primeira Fase (conhecida como Teste de Pré-Seleção – TPS). É um erro grave! Muitas vezes, uma prova bem-feita de línguas estrangeiras é o diferencial para a aprovação.
Desde sua introdução, em 2003, essas foram as provas que mais sofreram modificações ao longo dos anos. Por isso, vamos ver um pequeno histórico sobre os formatos antigos, chegando até o padrão atual.
Allons-y?
2003-2013: provas discursivas
Em sua primeira década de CACD, as provas de francês e espanhol mantiveram um padrão de resposta escrito. Ou seja, diferentemente da Primeira Fase, em que cada item deveria ser classificado como Certo ou Errado, as respostas para francês e espanhol precisavam ser mais elaboradas.
Apesar disso, houve variações nesse padrão escrito ao longo dos anos.
Em 2003 e 2004, as provas de espanhol e francês eram obrigatórias e integravam a (hoje extinta) Quarta Fase do concurso. As questões abordavam a compreensão de um texto de referência. Apesar de serem escritas, as respostas deveriam ser escritas em português!
De 2005 a 2008, espanhol e francês passaram a ser optativas, o que significa que o(a) candidato(a) deveria escolher entre uma e outra. Nesses anos, a prova foi mista: cinco questões discursivas e cinco objetivas. Exclusivamente em 2008, houve até mais opções de idiomas, como russo, japonês, alemão, árabe e mandarim.
De 2009 a 2013, as provas de espanhol e francês voltaram a ser cobradas de forma obrigatória. Com uma leve alteração no formato: agora, seriam 10 questões discursivas para cada linha, tendo como base um ou dois textos de referência. As respostas tinham que ser dadas na língua estrangeira.
2014 a 2016: provas objetivas
Em 2014, houve nova modificação nas provas de francês e espanhol. Agora, cada idioma seria avaliado em questões objetivas de Certo ou Errado, da mesma maneira que o TPS. A prova objetiva de língua espanhola e língua francesa era aplicada na Terceira Fase e consistia de 25 questões, com quatro itens cada, para cada língua, totalizando 50 questões. Assim como as provas de português e inglês no TPS, as questões abordavam aspectos de interpretação de texto, vocabulário e gramática.
A alteração do formato dividiu os candidatos. Para uns, era interessante não ter que lidar com a habilidade escrita, o que poderia simplificar os estudos. Para outros, houve um aumento da dificuldade, já que a banca caprichou nos textos trabalhados. A prova de espanhol de 2016, por exemplo, trazia artigos que ocupavam uma página inteira. A de francês não ficava para trás: autores consagrados como Diderot, Lévi-Strauss e Rousseau eram comuns, todos com um alto nível de complexidade.
2017–?: tradução e versão
Em 2017, os candidatos se depararam com uma nova surpresa: seria necessário produzir uma tradução de um texto em português e um resumo de um texto em língua estrangeira. Cada uma dessas tarefas valeria 25 pontos, o que totalizaria 100 pontos. No edital do concurso, não se esclareceu como seriam os critérios de correção (diferentemente das provas de português e inglês, em que o modelo de correção é sempre explicitado).
A mudança causou insegurança em muitos candidatos, e o resultado das provas foi, no mínimo, curioso. Para o espanhol, foi preciso resumir o trecho de um romance sobre um alienígena (chama-se Sin noticias de Gurb, pode procurar!). Já no francês, era preciso traduzir uma parte do Raízes do Brasil, de Sergio Buarque de Hollanda (que já não é uma leitura tão simples em português).
As notas recebidas não pareciam seguir um padrão claro, algo de que muitos candidatos reclamaram. Nos recursos impostos para a prova de espanhol, a resposta era sempre a mesma: “El tribunal ha evaluado nuevamente las cuestiones solicitadas. El tribunal ha decidido no aceptar el recurso”.
2018: o que esperar?
Como você pode perceber, a mudança parece ser o padrão nas provas de francês e espanhol. Então, o que esperar para o CACD 2018?
Observando-se os anos anteriores, é pouco provável que vá acontecer alguma mudança estrutural neste ano. Em anos passados, um modelo adotado durou pelo menos três anos para ser modificado. Assim, é de se esperar que a banca ainda mantenha o mesmo formato de prova.
Dito isso, caso a banca leve em conta a má repercussão que a prova do ano passado teve, poder-se-ia esperar um modelo de correção mais claro, que possa servir de base aos candidatos em seus estudos.
Assim, se você ainda não está estudando pra valer para francês e espanhol, que tal repensar seu planejamento? O nível de exigência da prova e o peso das línguas estrangeiras demandam um cuidado especial para essas matérias. Para te ajudar, temos algumas dicas:
- Leia artigos em língua estrangeira de maneira periódica. Você também pode até buscar podcasts de notícias em francês e espanhol! É uma maneira de estudar mais de uma matéria ao mesmo tempo.
- Use suas leituras para elaborar listas de vocabulário, especialmente de verbos. Ter um repertório de sinônimos para usar nas respostas escritas é essencial.
- Pratique sempre! Tente fazer resumos e traduções em cima de textos que você lê. É preciso estar afiado(a) para a prova.
- Sempre que possível, estude francês e espanhol de maneira atrelada. Ainda que sejam questões separadas, as duas línguas são cobradas em uma mesma prova, o que aumenta as chances de confundir um idioma com o outro (trocar um du por um del, por exemplo). É preciso minimizar essas falhas.
Fique ligado no nosso blog para saber tudo sobre o CACD!
¡Hasta la próxima! Au revoir !