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Como diplomata, você é obrigado a ir para determinado país?

Como diplomata, você é obrigado a ir para determinado país?

Conteúdo postado em 31/03/2025

A carreira diplomática é cercada de glamour, mitos e... algumas boas lendas urbanas. Uma das mais comuns é esta: "O diplomata é obrigado a ir para qualquer país que o Itamaraty mandar, mesmo que não queira".


Mas... será mesmo?


Neste artigo, vamos esclarecer essa e outras confusões sobre a profissão que forma os representantes oficiais do Brasil no mundo, e mostrar como a realidade da carreira é muito mais interessante (e complexa) do que as simplificações de internet.


A lenda nº 1: O diplomata é obrigado a aceitar qualquer remoção


Não, não é.


O diplomata não é forçado a se mudar para o exterior contra a sua vontade. As remoções seguem um processo com regras claras e, principalmente, com base na manifestação de interesse do próprio servidor.


Existe, sim, um mecanismo oficial de movimentação de pessoal no Ministério das Relações Exteriores, chamado Mecanismo de Remoções, que acontece semestralmente. Nele, os diplomatas podem se inscrever para concorrer a vagas em postos no exterior. Mas a participação é voluntária.


Se um diplomata recusar uma proposta de remoção, ele não é penalizado com uma transferência obrigatória. O que pode acontecer é o seguinte: caso ele já tenha encerrado seu tempo de permanência no posto atual (por exemplo, em um país onde estava lotado), ele terá que retornar a Brasília, sua sede de origem.


Em resumo: você nunca será enviado para um destino "forçadamente". Mas também não pode esperar controlar 100% da sua localização na carreira inteira. Há regras, prazos e negociações.


A lenda nº 2: É possível passar a carreira toda no Brasil


Outra lenda comum é a ideia de que "se quiser, o diplomata pode passar a vida toda no Brasil". Aqui, a resposta é: tecnicamente, sim. Mas com grandes limitações.


A progressão funcional na carreira exige tempo de serviço no exterior. Ou seja, se o diplomata quiser subir na hierarquia e ocupar cargos mais altos (como Conselheiro, Ministro ou Embaixador), ele vai precisar ter passado por postos fora do país.


A primeira promoção da carreira, de Terceiro-Secretário para Segundo-Secretário, é por antiguidade. Mas todas as demais dependem de tempo de exterior:

Segundo para Primeiro-Secretário: 2 anos no exterior

Primeiro-Secretário para Conselheiro: 5 anosConselheiro para Ministro de Segunda-Classe: 7,5 anos

Ministro de Segunda para Ministro de Primeira (Embaixador): 10 anos

Ou seja: você até pode não sair do Brasil, mas sua carreira ficará congelada.


Mais que isso: há um ponto fundamental aqui. O trabalho diplomático é, por excelência, internacional. Fazer diplomacia é representar o país no mundo. Logo, querer ser diplomata e não querer sair do Brasil é uma contradição de origem.


A carreira é sobre escolhas, e cada uma tem seu preço


O diplomata pode, sim, recusar uma remoção. Pode, também, decidir não sair do país. Mas toda decisão tem um custo.


Se recusar um posto no exterior após se inscrever no Mecanismo de Remoções, pode perder pontos com a administração e ver sua imagem funcional arranhada. Isso pode impactar futuras candidaturas a outras vagas ou até mesmo promoções.


Se escolher nunca sair do Brasil, a carreira não avança. O crescimento profissional é limitado. E a experiência internacional, que é a alma da função, deixa de existir.


Não é obrigação. É vocação.


Quem escolhe a diplomacia não está apenas escolhendo um concurso. Está escolhendo uma vida em que o mundo se torna parte do cotidiano. Em que o aprendizado é constante, os desafios são globais e cada posto é uma nova etapa de crescimento.


Não se trata de ser "obrigado" a ir para determinado país. Trata-se de estar aberto a servir onde sua presença fará diferença para o Brasil. Trata-se de compreender que o país precisa de representação em várias regiões do globo e que sua atuação pode contribuir diretamente para as relações internacionais.


E se eu tiver receio da vida no exterior?


Isso é natural. Muita gente tem. Não é simples viver longe da família, adaptar-se a culturas diferentes, criar filhos em outro idioma ou lidar com mudanças constantes. Mas esses desafios vêm acompanhados de oportunidades únicas: viver o mundo com um olhar profissional, acessar outras realidades, ampliar sua visão de Brasil e do sistema internacional.


O que você ganha em troca? Crescimento. Autonomia. Experiências transformadoras. Um lugar de protagonismo na representação do país.


Conclusão: a carreira é sua. O destino também.


A diplomacia não é uma carreira de imposições. É uma carreira de escolhas. Algumas mais fáceis, outras mais difíceis.


Portanto, não se deixe levar por mitos. Estar bem informado sobre a realidade da profissão é o primeiro passo para fazer uma escolha consciente.


E se você está dando os primeiros passos rumo a essa jornada, então precisa estudar com clareza, método e direção.


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