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Consequências do surto de coronavírus para a economia mundial

Consequências do surto de coronavírus para a economia mundial

Conteúdo postado em 04/03/2020

Olá, queridos sapientes!

 

No final de janeiro, o presidente Jair Bolsonaro já estimava que a crise do coronavírus poderia provocar uma queda de cerca de 3% nas exportações brasileiras. As consequências da crise ainda são apenas uma expectativa, mas os economistas se mantém em alerta. Continua aí que a gente explica a relação do vírus com a economia. 

 

Com a maior parte de suas províncias em sistema de quarentena, a "fábrica global" teve de diminuir suas atividades. E com a menor produção diminui também a demanda por commodities. O país representa 18% do PIB mundial, então uma crise economia na potência não deixaria o resto da economia global intocada. O tráfego aéreo e as cadeias globais de valor já sofrem alterações devido a situação, mas é necessário mais tempo para podermos visualizar concretamente o impacto global disso.

 

A China, desde 2009, é o maior parceiro comercial do Brasil e um dos seus maiores investidores. O país é hoje o maior importador dos produtos brasileiros. O mercado da soja é o principal beneficiado dessa relação, rendendo grandes superávits para o Brasil. Até agora, o setor não foi afetado, mas a crise mostra a vulnerabilidade do setor agropecuário para a economia brasileira. 

 

No entanto, as relações da China com a América do Sul não se limitam ao Brasil. A potência é a maior ou a segunda maior fornecedora de produtos para todos os dez maiores países da América do Sul, além de ser um destino fundamental para as exportações dos países da região. Parceiros na América do Norte e na Europa não seriam suficientes para suprir a lacuna que a China poderia deixar, ou mesmo nem estariam dispostos a fazer isso. Dado que, assim como no continente africano, as relações com a potência ascendente não se limitam ao comércio, mas estão intrinsecamente ligadas a empréstimos e investimentos na região. No final, o comércio acaba se tornando uma moeda de negociação nesse relacionamento financeiro que não existe com as potências tradicionais (ou, pelo menos, não na mesma intensidade).

 

Geopolítica do coronavírus

 

Na última década, a China fez grandes esforços para melhorar sua imagem ante a sociedade internacional. O país permaneceu no Acordo de Paris, defendendo publicamente a importância disso, além de apoiar a manutenção e o fortalecimento da Organização Mundial do Comércio (OMC), enquanto vários Estados em onda de conservadorismo advogam o contrário.

 

Ainda assim, a crise do coronavírus pode ser usada para prejudicar a imagem da potência ascendente no mundo. Meios de comunicação de diversos países usaram a situação para questionar as informações repassadas pelo governo chinês, gerando insegurança e uma relativa aversão ao país, que, a longo prazo, pode contribuir para o retrocesso nas relações econômicas da potência asiática. Nos resta esperar que a crise do vírus seja revertida rapidamente e que isso não afete tão intensamente a economia global.

 

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Até a próxima!

 

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