Economia
Dicionário de economia para o CACD: Esquema Ponzi
Conteúdo postado em 16/05/2022
Olá, sapientes!
Ainda no início do século XX, Charles Ponzi foi o responsável por tornar conhecido um esquema que, ainda hoje, faz diversas vítimas em todos os continentes. Já se deparou com algum anúncio como o famoso “ganhe dinheiro fácil pela internet” ou já ouviu falar em esquema de pirâmide? Pois bem, é disso que se trata o “esquema Ponzi” que as colunas financeiras tanto falam.
No famoso caso de Ponzi, ele atraia investidores com a promessa de compensação por altos juros. No entanto, o pagamento desses juros dependia da inclusão de novos investidores ao esquema, que recebiam juros um pouco menos elevados. O problema disso tudo é que esse esquema é insustentável, ou seja, mais cedo ou mais tarde não haveria mais investidores dispostos a participar do esquema.
O que aconteceu foi que a promessa de altos retornos levantou a desconfiança de investidores experientes e inspirou o jornal Boston Post a investigar o caso em 1920. Segundo o especialista contratado pelo jornal, Ponzi tinha baixíssimo fundo em caixa e, consequentemente, não tinha condições reais de pagar seus investidores. A notícia logo se espalhou e todos os seus clientes pediram o dinheiro de volta. A insustentabilidade do negócio o levou a diversos processos e o fez ser condenado à prisão.
Criptomoedas
Um exemplo de como o esquema Ponzi acontece na atualidade é por meio de criptomoedas, por conta do pouco conhecimento e regulamentação dos novos instrumentos financeiros. Além disso, a pouca transparência permitida pelo sistema blockchain dificulta a identificação e a tomada de medidas legais em caso de perda de fundos.
O esquema Ponzi é semelhante ao da pirâmide financeira, onde é proposto um modelo comercial não sustentável. A diferença está no fato de que, no esquema de pirâmide, cada nível participa na busca por estabelecer o nível inferior até o ponto em que a inclusão de novos membros torna-se insustentável.
O esquema Ponzi, por outro lado, pode se sustentar com muitos investidores, que geralmente não são conscientes da busca por novos investidores. Os dois esquemas são considerados, no Brasil, como fraude, configurando crime contra a economia popular, segundo a Lei 1.521/51.
Pirâmide financeira x Marketing
Muitas vezes, esses esquemas se apresentam como se fossem sistemas de “marketing multinível”. No entanto, é bom ter em mente que “pirâmide financeira” e “marketing multinível” não são a mesma coisa. No primeiro caso, envolve a troca de dinheiro pelo recrutamento de outras pessoas ou, por exemplo, por postagens diárias de anúncios publicitários da empresa na internet, sem qualquer produto ou serviço a ser entregue. Às vezes, até há um produto de fachada, para se passarem por empresas legítimas, mas não é a venda desse produto que sustenta o negócio e sim a participação de novos investidores, anunciantes ou vendedores. No final, poucos ganharão muito dinheiro e muitos perderão.
O marketing multinível, em contrapartida, é legal e serve para recompensar grupos de vendedores de acordo com seus resultados. Nesse segundo caso, o marketing de rede não é o que sustenta a empresa, mas apenas uma estratégia de vendas, em vez de utilizar os clientes novos para pagar os antigos, como no esquema já explicado.
Deu para entender a diferença? Há outros termos relacionados com o “esquema Ponzi” que aparecem na mídia e nos livros, e que também merecem ser explicados. Um deles é o “finanças Ponzi”, que faz referência a padrões financeiros não sustentáveis. É quando, por exemplo, os devedores só conseguem pagar seus compromissos caso continuem a obter novas fontes financeiras, aumentando, em paralelo, as dívidas por juros. Outro conceito é o "ponzi game", que designa quando governos continuamente relacionam o pagamento da dívida pública com a contratação de novas dívidas.
Achou interessante? Então, confira também o filme “O mago das mentiras” (2017), que trata de um exemplo de especulador que usou o esquema Ponzi.
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Até a próxima!