Economia
Dicionário de economia para o CACD: regra de Taylor
Conteúdo postado em 07/02/2022
Olá, sapientes!
A regra de Taylor surgiu como resultado das teorias do “Novo Consenso Macroeconômico”, uma série de estudos dos anos 1980 e 1990 que tinham como principal premissa a defesa de que uma taxa de inflação equilibrada seria uma condição indispensável para o crescimento econômico de longo prazo. A partir dessas ideias, surgiram diversos regimes de metas de inflação tanto em países desenvolvidos quanto em desenvolvimento.
Mas, o que é, de fato, essa tal regra de Taylor?
A regra é, na verdade, uma fórmula que calcula a taxa de juros básica de equilíbrio com base nas condições econômicas do país. Mas, como para o CACD as ideias são mais importantes que fórmulas matemáticas, a gente precisa apenas entender o que a teoria de Taylor expressa, ok?
Os bancos centrais usam a regra de Taylor para definir a taxa de juros que deve ser utilizada para manter a inflação dentro das metas. Se a inflação observada estiver muito acima da desejada, o bacen terá de aumentar a taxa de juros para diminuir a inflação.
Fatores que interferem nos resultados
É bom levar em conta que alguns fatores interferem nos resultados que o bacen busca com o aumento dos juros. Um deles é a expectativa dos agentes econômicos, um dos maiores desafios que o governo teve de enfrentar para controlar a inflação nos anos 1980, já que os produtores continuavam aumentando o preço a fim de se protegerem, como resultado da expectativa geral de que a inflação continuaria a aumentar.
Outro fator é a credibilidade da autoridade monetária, exatamente porque interfere nas expectativas. Se um banco central foi, por exemplo, controlado pelos grupos no poder, estando a serviço de interesses políticos, ele terá baixa credibilidade em relação ao seu comprometimento com a definição da política econômica. Nesse caso, ele terá de aumentar os juros bem mais que bacens com maior credibilidade para obter os mesmos resultados no controle da inflação.
Além disso, há também o hiato do produto, que interfere nessa relação “juros-inflação”. Quanto maior o hiato produtivo, menor deve ser o aumento de juros para estabilizar a inflação. O hiato do produto é o quão longe está o PIB efetivo do PIB potencial, no qual todos os fatores de produção estão em pleno emprego, ou seja, a distância entre a realidade e o ponto de máximo crescimento, com o uso máximo da capacidade da economia, sem gerar pressão inflacionária. Isso significa que, quanto maior o hiato produtivo, menos aquecida está a economia e, em teoria, menor deve ser a inflação.
Já dá para perceber que o hiato do produto brasileiro na atualidade é bastante grande. A taxa de desemprego da população economicamente ativa chegou a 12,6% e a utilização da capacidade instalada se manteve por volta dos 72% em 2021.
O último fator que interfere nessa relação é a própria inflação. Segundo a regra de Taylor, quanto maior a inflação, maior deverá ser a elevação da taxa de juros, chegando a um percentual maior do que o aumento da inflação. Se isso não ocorrer, a autoridade monetária não será capaz de fazer a inflação convergir para a meta. O contrário também é válido, já que quanto mais próxima estiver a taxa de inflação da meta da economia menos a necessidade de ajustar os juros.
Assim, expectativas, credibilidade, o hiato do produto e inflação são os fatores que interferem na disposição do banco central a alterar os juros para combater a inflação.
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Até a próxima!