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Dicionário de economia para o CACD: Teoria dos choques adversos e a industrialização do Brasil

Dicionário de economia para o CACD: Teoria dos choques adversos e a industrialização do Brasil

Conteúdo postado em 16/12/2020

Olá, sapientes!

 

Prontos para mais um termo do dicionário de economia para o CACD? Então vamos nessa!

 

O processo de industrialização brasileiro dependeu tanto de fatores internos quanto do cenário internacional. Disso ninguém tem dúvida. Esse processo acontece no Brasil de forma tardia, sendo iniciado somente na década de 1930, com o investimento feito durante o Estado Novo, em indústria de base e integração inter-regional, mas a industrialização só é efetivada com o governo JK. 

 

A teoria econômica dos choques econômicos exógenos

 

A teoria econômica dos choques econômicos exógenos, também conhecida como teoria dos choques adversos, defende que o cenário internacional foi o fator central que incentivou os surtos industriais que ocorreram no país antes do Brasil passar pelo processo de industrialização. De acordo com essa teoria, as crises econômicas mundiais geralmente geram escassez de moeda estrangeira e, consequentemente, a redução na capacidade de importação, sem falar na desvalorização cambial, que, em termos relativos, aumenta os preços dos produtos importados. Como resposta à demanda interna não atendida devido à dificuldade de importar, começam a surgir produções industriais, que em outro contexto não seriam mantidas por muito tempo por causa da concorrência dos bens manufaturados importados. Assim, a teoria dos choques adversos explica como as crises internacionais facilitam processos de substituição de importações, ou seja, como os produtos locais passam a ser consumidos no lugar de importados.

 

Economia cafeeira

 

A gente não pode esquecer que a economia cafeeira também foi, juntamente com os choques adversos, um fator que facilitou a expansão das indústrias no Brasil. A produção de café se tornou o principal produto exportado pelo Brasil até o início do século XX (o que não é segredo para ninguém, né?) e uma das produções mais lucrativas do país. A partir da segunda metade do século XIX, não se podia mais falar em "simplesmente" produção de café, já que começam a despontar os complexos cafeeiros, um misto de economia agrícola e industrial, voltada para o aumento da produtividade da produção de café.

 

Os complexos cafeeiros, além de terem sido formados pela demanda de insumos industriais para a produção de café, também forneceram os fundos necessários para a importação de máquinas (bens de capital), expandiram a renda e o mercado consumidor. E qual foi a consequência disso? Um ciclo virtuoso impulsionado pelo escoamento de capitais da produção de café para as indústrias locais, o que favoreceu a demanda por bens industriais, a diversificação de negócios e o crescimento da indústria local durante os surtos industriais. 

 

Mas por que a gente fala em “surto industrial” no século XIX e durante as crises mundiais e as guerras e não em “industrialização”? A resposta é bem simples: industrialização é um processo generalizado, enquanto o que aconteceu nesses momentos específicos foi o surgimento de planta industriais em algumas poucas localidades do país e voltadas a suprir demandas definidas.

 

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Até a próxima!

 

 

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