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Dicionário de Sociologia para o CACD

Dicionário de sociologia para o CACD: Mercadorias Fictícias para Karl Polanyi

Dicionário de sociologia para o CACD: Mercadorias Fictícias para Karl Polanyi

Conteúdo postado em 17/12/2021

Olá, sapientes!

 

Karl Polanyi foi um filósofo social, historiador da economia, antropólogo econômico, sociólogo e economista político húngaro, conhecido por sua oposição ao pensamento econômico tradicional, inserindo-se na chamada vertente heterodoxa. Assim, conhecer um pouco do pensamento desse economista pode render alguns pontinhos a mais na terceira fase do CACD. 

 

Em seus estudos, Polanyi critica a "sociedade de mercado", mostrando o surgimento daquilo que ele chama de “mercadorias fictícias'', a partir da evolução do mercado. Ao analisar o início da industrialização, esse economista evidenciou que fatores como a terra, o trabalho e os metais, antes sem valor para o mercado, foram transformados em mercadorias devido às necessidades dos mercados, que foram surgindo gradualmente.

 

Conceito de Embeddedness

 

Para explicar esse fenômeno, Karl Poliany criou o conceito de “embeddedness”, ou imersão, que expressa como os indivíduos e suas interações estão imersas em instituições culturais historicamente consolidadas que os condicionam. Nesse sentido, o sistema econômico é uma dessas instituições sociais que condicionam a lógica das relações econômicas.

 

O que são as mercadorias fictícias?

 

Para explicar um pouco melhor a teoria de Polanyi, vamos usar algumas ideias da geógrafa Bertha Becker (um daqueles nomes bem conhecidos de todos os ceacedistas). No artigo “Geopolítica da Amazônia”, Becker usa a expressão “mercadorias fictícias”, de Karl Polanyi, para explicar a mercantilização da natureza, um dos temas mais tratados nos últimos estudos da geógrafa. A pesquisadora mostra que alguns elementos naturais, como o ar puro e águas limpas não foram, obviamente, produzidos para serem comercializados, mas estão surgindo mercados para esses elementos e, por esse motivo, podem ser considerados “mercadorias fictícias”. 

 

O exemplo usado pela Bertha Becker para explicar como o ar é hoje uma mercadoria fictícia é a venda de crédito de carbono estabelecido no protocolo de Quioto. Definido durante a 3ª Conferência das Partes da Convenção das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas, realizada em Quioto, em 1997, esse protocolo gerou o surgimento de um novo mercado, o de créditos de carbono, devido à necessidade tanto de garantir ar limpo para as próximas gerações quanto de continuar a emissão de dióxido de carbono (CO2) pela produção industrial.

 

Assim, fica claro como a gente pode usar as ideias de Karl Polanyi na terceira fase do CACD, não é mesmo? 

 

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