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Dicionário de Sociologia para o CACD

Dicionário de sociologia para o CACD: preservacionismo e conservacionismo

Dicionário de sociologia para o CACD: preservacionismo e conservacionismo

Conteúdo postado em 28/05/2021

Olá, queridos sapientes!

 

A Conferência das Nações Unidas sobre Meio Ambiente Humano (CNUMAH), em Estocolmo, 1972, foi um marco para o início da transformação das questões ecológicas em uma agenda do ordenamento internacional. Desde então, houve diversas outras conferências que geraram grande evolução na discussão em matéria ambiental. Um ano depois, em 1973, o Programa das Nações Unidas para o Meio Ambiente (PNUMA) foi criado em Nairobi, no Quênia, iniciando a institucionalização ambiental do sistema da ONU. Mas, vocês sabiam que essas duas conferências importantíssimas foram marcadas pelos debates entre preservacionistas e conservacionistas? Vamos entender melhor qual é a diferença entre essas duas correntes!

 

Preservacionismo

 

Defendido entre os anos 1960 e 1980, por boa parte dos países centrais, julgava que a natureza deveria ser mantida intocada. Essa corrente estava relacionada com o Clube de Roma, um grupo que surgiu em 1968 da união entre cientistas, economistas e altos funcionários governamentais, com a finalidade de estudar os impactos do uso dos recursos naturais e da degradação dos ecossistemas terrestres e da atmosfera.

 

O clube de Roma patrocinou os estudos do Instituto de Tecnologia de Massachusetts (MIT) sobre a degradação ambiental, gerando a publicação do relatório “Os Limites do Crescimento”, em 1971, o qual mostra o alarmante desequilíbrio ambiental causado pelas pressões do crescimento exponencial da população e da produção econômica. Assim, esse grupo passou a defender tanto o controle da natalidade como a desaceleração da economia mundial.

 

Por esse motivo, os preservacionistas geralmente são relacionados com os zeristas, que defendem o crescimento zero e a desmobilização industrial, e com os neomalthusianos, que acreditam que o crescimento populacional é insustentável por gerar grande pressão ambiental. E, disso tudo, só poderia sair um resultado: o aumento das disputas entre Norte e Sul nos foros internacionais.

 

Conservacionismo

 

Os países do sul eram culpabilizados pelo desgaste ambiental por estarem no ápice da explosão populacional e por estarem no início da industrialização de suas economias enquanto os países desenvolvidos já haviam passado por esses dois processos. Como resposta, os países do sul passaram a defender o conservacionismo.

 

Para os conservacionistas, não é preciso evitar a exploração dos recursos naturais e frear o desenvolvimento. Ao contrário, os conservacionistas defendem que o subdesenvolvimento gera uma maior vulnerabilidade para o meio ambiente, uma vez que também é necessário ter recursos sobrando para proteger os ecossistemas.

 

É nesse sentido que os países amazônicos assinaram, em 1978, o Tratado de Cooperação Amazônica (TCA). Esse acordo, formalizado por Geisel, no meio da política pragmática e ecumênica, previa a proteção da fauna e da flora, a promoção da pesquisa científica e o estabelecimento de um sistema regular de troca de informações sobre as medidas conservacionistas. No entanto, esse mesmo mecanismo conseguiu, também, garantir a continuidade dos grandes empreendimentos mineiros, agropecuários e industriais na Amazônia.

 

Atualmente, a proteção do meio ambiente não é mais guiada puramente por perspectivas conservacionistas, nem preservacionistas. Ao menos, não da forma como essas duas correntes foram concebidas inicialmente. Houve uma grande ampliação da responsabilidade pela proteção do meio ambiente para todos os países, independentemente de serem desenvolvidos ou em desenvolvimento.

 

E isso tudo graças ao relatório “Nosso Futuro Comum”, de 1987, formulado por uma comissão chefiada pela chanceler norueguesa Gro Harlem Brundtland. Foi esse relatório, também conhecido como relatório Brundtland, que inaugurou o conceito de desenvolvimento sustentável, definindo, assim, que os recursos deveriam ser explorados de forma sustentada para o desenvolvimento das nações, para garantir que os recursos também pudessem ser aproveitados pelas gerações futuras.

 

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Bons estudos!

 

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