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Dicionário de Sociologia para o CACD

Dicionário de Sociologia para o CACD: sistema colonial para Celso Furtado

Dicionário de Sociologia para o CACD: sistema colonial para Celso Furtado

Conteúdo postado em 05/03/2021

Olá, sapientes!

 

Vamos inaugurar mais uma editoria do Blog Sapi. Eba! Agora, além do Dicionário Jurídico e do Dicionário de Economia para o CACD, a gente vai ter também o Dicionário de Sociologia! Essa nova editoria chegou para facilitar a vida dos nossos ceacedistas e deixar a maratona de preparação para o CACD um pouco mais leve. Vamos nessa?

 

O livro “Formação Econômica do Brasil'', de Celso Furtado, é um daqueles clássicos da bibliografia indicada para o CACD. No entanto, na hora da leitura, a gente tem que tomar cuidado para entender o que Furtado está querendo dizer e não se confundir. Quando o autor fala em “sistema colonial”, ele não faz referência àquele sistema de organização política que começou com as Grandes Navegações, no século XV, nem do expansionismo do século XIX.

 

Sistema Colonial

 

Quando Furtado fala em “sistema colonial”, ele faz alusão a um modelo de economia escravista especializada na produção de bens primários para a exportação. Uma economia colonial, para ele, independentemente de seu status jurídico em relação à antiga metrópole, é uma economia dependente do mercado exterior. Assim, todo o desenvolvimento e o equilíbrio das contas públicas de uma economia colonial depende simplesmente da demanda do mercado exterior e do preço internacional do produto a ser exportado. A “colonização”, nesse caso, significa a relação de subordinação da produção ao mercado externo, independentemente de haver ou não uma metrópole política.

 

Furtado afirma, também, que, apesar de os “sistemas coloniais" geralmente terem relação com o modelo escravocrata de trabalho, nem sempre eles têm fim com a abolição da escravidão. No caso do Brasil, o modelo econômico continuou sendo colonial, segundo Furtado, mesmo com o fim do sistema servil e com a proclamação da República, já que a economia continuou sendo baseada na demanda externa. A única forma, assim, para dar fim ao modelo colonial seria o eixo de crescimento da economia passar a ser atrelado ao mercado interno e independente das instabilidades do mercado internacional.

 

Dessa forma, o autor defende que é essencial criar um mercado consumidor para promover o crescimento independente de um Estado. A expansão das exportações não deixam de ser importantes para o desenvolvimento de um país, mas, elas devem ser associadas à formação de capital para viabilizar a importação da tecnologia necessária para a formação da indústria nacional e não como um fim em si. Além disso, a gente não pode esquecer que a independência econômica só poderia ocorrer com a criação de um mercado interno, consequente do fim da escravidão e da introdução do trabalho livre, assalariado, somado a políticas de proteção da indústria nascente.

 

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Até a próxima!

 

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