Fatos Históricos
Egito consegue mediar cessar-fogo entre Palestina e Israel
Conteúdo postado em 13/11/2018
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Facções da Faixa de Gaza sitiada dizem que concordaram com um cessar-fogo mediado pelo Egito para acabar com a violência.
Grupos palestinos na sitiada Faixa de Gaza dizem ter concordado com um cessar-fogo mediado pelo Egito com Israel para acabar com um dos conflitos mais longevos da história contemporânea.
Segundo o jornal Al Jazeera, para Harry Fawcett, as facções lideradas pelo Hamas aceitaram a trégua "para reiniciar a situação que prevaleceu até a mais recente escalada militar".
O Hamas é o grupo político que administra a Faixa de Gaza.
Fawcett acrescenta: "Os israelenses não confirmam ou negam tais coisas, mas a mídia israelense está reportando, citando um oficial anônimo, que as facções palestinas tentaram através de quatro mediadores separados solicitar um cessar-fogo".
Uma declaração dos grupos de Gaza disse: "Os esforços do Egito conseguiram alcançar um cessar-fogo entre a resistência e o inimigo sionista. A resistência respeitará essa declaração enquanto o inimigo sionista a respeitar".
Anteriormente, Ismail Haniya, oficial graduado do Hamas, disse que o grupo palestino está preparado para voltar a um acordo de cessar-fogo se Israel "interromper sua agressão" na Faixa de Gaza.
"Se a ocupação [Israel] parar com sua agressão, um retorno aos acordos de cessar-fogo será possível", disse Haniya em um comunicado.
Pelo menos sete palestinos foram mortos em ataques israelenses ao enclave costeiro desde segunda-feira, na pior onda de violência entre os dois países desde a guerra de 2014.
A mais recente escalada ocorreu no domingo, 11, quando Israel lançou uma operação fracassada em Gaza que matou sete palestinos e um de seus comandantes.
O Hamas e outras facções armadas na segunda-feira, 12, dispararam mais de 400 foguetes ou morteiros contra Israel, com Israel respondendo com dezenas de ataques aéreos.
A agência de notícias palestina Shehab informou que os edifícios civis, o canal de TV Al-Aqsa e o hotel Al-Amal foram todos alvo de ataques israelenses.
Conjuntura
Gaza - um território de mais de dois milhões de habitantes - está sob um bloqueio devastador imposto pelos israelenses nos últimos 11 anos, o que restringiu severamente o movimento de palestinos dentro e fora dele.
Israel retirou suas tropas e colonos da Faixa de Gaza em 2005, mas, citando preocupações de segurança, mantém um controle rígido de suas fronteiras terrestres e marítimas, reduzindo sua economia a um estado de colapso.
O Egito também restringe o movimento de entrada e saída de Gaza através de sua fronteira.
Conforme Mohammed Daraghmeh, colunista e analista político, essa última escalada pode ser um momento importante no futuro do bloqueio de Gaza.
"Ambos os lados perceberam que depois de uma série de guerras eles precisam ter uma abordagem diferente. Após um período de calma em Gaza, Israel finalmente permitiu que o dinheiro do Qatar fosse transferido para Gaza, para ter petróleo importado, para oferecer algum relaxamento em meio ao bloqueio. Essa escalada chegou em um momento crítico" diz Daraghmeh.
Gideon Levy, colunista do Haaretz e membro do conselho editorial do jornal, disse que, a menos que o primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, acabasse com o cerco, a violência continuaria.
"Ambas as partes não estão interessadas em uma guerra, mas ambas não estão fazendo o suficiente para evitar uma", disse ele.
"Netanyahu não tem intenção de acabar com o cerco, então, enquanto continuar, iremos, repetidas vezes, testemunhar uma ação violenta que leve a outro ato violento."
Israel e Hamas lutaram três guerras desde que o grupo assumiu o controle de Gaza depois de vencer as eleições no enclave em 2006. No mais recente, em 2014, mais de 2.200 palestinos foram mortos - a maioria era civil - e dezenas de milhares ficaram desabrigadas. Setenta e três pessoas, a maioria soldados, foram mortas no lado israelense.
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