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Nomes de destaque da diplomacia brasileira: Oswaldo Aranha

Nomes de destaque da diplomacia brasileira: Oswaldo Aranha

Olá, sapientes!

 

A partir de hoje, damos início a mais um quadro para quem quer ser diplomata: nomes de destaque da diplomacia brasileira. E quem melhor para inaugurar uma série sobre as personalidades que marcaram a diplomacia brasileira do que Oswaldo Aranha? Esse nome já apareceu em todas as fases do CACD, o que significa que conhecer esse diplomata é bastante positivo para o concurso, né? Vamos nessa!

 

Quem foi Oswaldo Aranha

 

Oswaldo Aranha foi um dos integrantes da Revolução de 1930, que culminou na ascensão de Getúlio Vargas à presidência do Brasil. Durante a Era Vargas, foi chefe da Embaixada do Brasil nos Estados Unidos, um dos postos de grande relevância na carreira diplomática brasileira, e, já em 1938, foi nomeado ministro das Relações Exteriores de Vargas, permanecendo como chanceler até  1944, no contexto do final da Segunda Guerra Mundial. 

 

A gestão de Aranha

 

A gestão de Aranha se passou basicamente durante o período que Gerson Moura (1980) identifica como da “equidistância pragmática” (1935 a 1941), em que o Itamaraty dividiu o foco das relações prioritárias do Brasil com a Alemanha e os Estados Unidos. A chefia de Oswaldo Aranha no MRE serviu de contrapeso para os simpatizantes do facismo que faziam parte do governo, já que o chanceler apoiava a intensificação das relações com os Estados Unidos. 

 

No mesmo ano que começou a comandar o MRE, houve o caso Ritter, que, de certa forma, abalou a crescente relação do Brasil com a Alemanha no período. Nesse caso, o embaixador alemão no Brasil, Karl Ritter, foi declarado persona non grata após críticar o governo brasileiro por nacionalizar o ensino e proibir os partidos políticos, incliundo o partido nazista. 

 

A missão Aranha

 

Outro fator que fez a balança estar mais favorável para os Estados Unidos do que para a Alemanha foi a missão Aranha. Organizada em 1939, a convite dos Estados Unidos, teve o objetivo de balancear a crescente influência de Berlim sobre o Rio de Janeiro. O comércio compensado entre essas duas nações chamava a atenção dos EUA da política de “boa vizinha”, porém, a colaboração econômica com os Estados Unidos não atingiu as expectativas do Brasil. No entanto, por pressão popular e pela tensão da guerra, o Brasil acaba por abandonar a equidistância, substituindo-a pelo alinhamento aos Estados Unidos no final de 1941 e início de 1942.

 

Relação do diplomata com os EUA

 

Ainda em 1939, Oswaldo Aranha alertou a Vargas sobre as dificuldades que o Brasil provavelmente enfrentaria nos anos seguintes, devido ao aumento das tensões da guerra. Segundo ele, o Brasil deveria estabelecer uma opinião pública pró-Estados Unidos, fomentar um plano de segurança energética e alimentar, já que insumos básicos, como combustíveis e trigo eram (e ainda são) majoritariamente importados, sem falar na necessidade de sanar as obrigações internacionais para evitar problemas enquanto a guerra durasse.

 

No mesmo ano, houve a Reunião de Consulta dos Ministros das Relações Exteriores das Repúblicas Americanas para definir em conjunto o posicionamento do continente americano em relação ao conflito. O Brasil defendeu a neutralidade na guerra e o princípio de “mar continental”, a criação de uma zona de segurança para evitar conflitos.

 

O alinhamento do Itamaraty, de Oswaldo Aranha com os Estados Unidos levou, em 1943, ao estabelecimento dos Acordos de Washington, que determinaram a venda de matérias-primas aos Estados Unidos em troca de apoio técnico norte-americano em diversas áreas, principalmente a militar.

 

Participação de Oswaldo Aranha na ONU

 

Em 1947, Oswaldo Aranha foi nomeado chefe da delegação brasileira na Organização das Nações Unidas (ONU), quando presidiu a I Sessão Especial da Assembleia Geral da ONU, que promoveu a criação do Estado de Israel na chamada “solução de dois Estados”. Até hoje, Aranha é homenageado em Israel pela condução da reunião decisiva para o povo judeu. Em 1957, durante o governo de Juscelino Kubitschek, voltou a chefiar a delegação brasileira em uma Assembleia Geral da ONU.

 

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