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Nomes de destaque da diplomacia brasileira

Nomes de destaque da diplomacia brasileira: Visconde do Uruguai

Nomes de destaque da diplomacia brasileira: Visconde do Uruguai

Conteúdo postado em 14/02/2022

Olá, sapientes!

 

Paulino José Soares de Sousa, mais conhecido como Visconde do Uruguai, foi um dos principais políticos e teóricos da corrente conservadora do Segundo Império. Vamos conhecer um pouco sobre a história dele? 

 

Só de saber que ele foi secretário de Estado dos Negócios Estrangeiros em três momentos (1843-1844, 1849-1852 e 1852-1853), já dá para perceber que o homem marcou presença no Segundo Reinado. E, como um dos grandes nomes desse cenário político, fez parte do Regresso Conservador, ainda durante a Regência, a partir de 1837. 

 

Trindade Saquarema

 

Juntamente com Joaquim José Rodrigues Torres, o futuro visconde de Itaboraí, e Eusébio de Queirós, formou o que os historiadores chamam de "Trindade Saquarema", em alusão à região fluminense que concentrava os latifúndios de influentes famílias envolvidas na política. Esses três homens fortes do Partido Conservador comandaram a política no país Tempo Saquarema (1849-1853), momento em que a agenda política conservadora estava em consenso.

 

Uma das razões para Paulino ser uma das bases da trindade foi ter atuado juntamente com Bernardo Pereira de Vasconcellos no movimento do “regresso”. Isso porque os dois foram articuladores, em 1840, da Lei interpretativa do Ato Adicional de 1834, apesar de terem sido os relatores dessa lei liberal quando deputados. A alteração da lei que havia descentralizado o poder no Brasil foi revertida em 1840 para garantir a consolidação do poder central do país e a manutenção da unidade territorial do país, já que foi uma estratégia para combater as revoltas separatistas. 

 

O resultado disso foi o retorno da centralização da administração do país em oposição à política iniciada com a promulgação do Ato Adicional seis anos antes. Com esse mesmo objetivo centralizador, o Visconde do Uruguai também atuou na reforma do Código de Processo Criminal em 1841.

 

Como chefia da pasta de Negócios Estrangeiros, Paulino ganhou prestígio por sua atuação nas questões diplomáticas da região do Prata. Para isso, ele precisava primeiro resolver as tensões com a Inglaterra para, em seguida, concentrar as forças no Prata. Assim, ele aceitou a demanda inglesa pelo fim do tráfico atlântico de escravos e ajudou na aprovação em 1850 da decisão do ministro da Justiça, Eusébio de Queirós (um outro conservador…), por mais uma etapa em direção ao fim da escravição.

 

Intervenção contra Rosas e Oribe

 

Resolvida a questão com a potência europeia, o Visconde do Uruguai passou a ter condições de fazer frente a seu inimigo no Prata, Juan Manuel de Rosas. O presidente da Confederação Argentina desejava retomar as proporções territoriais do antigo Vice-Reino do Prata, o que significava incorporar Paraguai, Uruguai, parte da Bolívia, ameaçando também uma possível integração do Rio Grande do Sul. Assim, em 1851, Paulino ordenou uma intervenção contra Rosas e Oribe, seu aliado blanco do Uruguai, e venceu.

 

A política de Paulino

 

De forma geral, a gestão de Paulino na pasta dos Negócios Estrangeiros foi marcada por uma política americanista, com foco também na definição das fronteiras com os países vizinhos. Foram negociados e fechados diversos tratados de limites, comércio, navegação, paz e amizade, que acabaram rendendo para ele o título de visconde do Uruguai. 

 

O reconhecimento da independência província Cisplatina em 1851, por exemplo, e o tratado de limites com essa província que se tornou o Uruguai, foi bastante vantajoso para o Brasil, já que, apesar de manter as fronteiras da província da Cisplatina, definiu-se a lagoa Mirim como de uso exclusivo do Brasil.

 

Em 1855, vai à França de Napoleão III como enviado extraordinário e ministro plenipotenciário para tentar resolver a questão dos limites com a Guiana Francesa. O episódio ficou conhecido como Questão do Oiapoque, que só conseguiu uma resolução final com o arbitramento suíço no início da Primeira República.

 

Seu filho, Paulino José Soares de Sousa, foi igualmente um político de destaque. Também foi ministro dos Negócios do Império (1868-1870), além de senador pela Província do Rio de Janeiro (1882-1884 e 1886-1889).

 

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Bons estudos!

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