Seja Diplomata, Faça Sapientia Recorde de Aprovação no CACD

Conteúdo Sapiente

Complemente seu Estudo



Atualidades

O Conflito Israel-Palestina e o Hamas

O Conflito Israel-Palestina e o Hamas

Conteúdo postado em 27/10/2023

Olá, Sapiente!

 

Uma série de notícias difíceis têm assolado o Oriente Médio. Assistiu-se à atuação do grupo terrorista Hamas em Israel, assim como à atuação israelense desregrada na Faixa de Gaza. 

 

A história do conflito Israel-Palestina remonta a décadas, as quais foram permeadas por tensões, confrontos e tentativas de resolução. Dentro deste contexto complexo, um dos elementos-chave que desempenhou um papel significativo é o Hamas, uma organização palestina que tem gerado controvérsia e debate em todo o mundo.

 

Para compreender adequadamente a relação entre o conflito Israel-Palestina e o Hamas, é essencial analisar os fatores históricos, políticos e sociais que moldaram essa interação conturbada.

 

Raízes Históricas

 

O conflito entre Israel e a Palestina tem profundas raízes históricas que remontam ao final do século XIX e início do século XX. Uma das principais causas do conflito é a disputa territorial na região conhecida como Palestina, onde judeus e árabes têm conexões históricas e culturais profundas. Os britânicos prometeram apoiar o estabelecimento de um "lar nacional judeu" na Declaração de Balfour em 1917, ao mesmo tempo em que também tinham obrigações com a população árabe local. Essa contradição contribuiu para as tensões entre as comunidades.

 

A imigração judaica para a Palestina aumentou nas décadas seguintes, à medida que judeus fugiam da perseguição na Europa. Os árabes viam essa imigração como uma ameaça à sua maioria demográfica e às suas terras. O crescimento da população judaica na Palestina e a aquisição de terras levaram a conflitos étnicos e territoriais entre judeus e árabes. Ambos os grupos reivindicavam direitos históricos à terra, alimentando ainda mais as tensões. Os árabes na Palestina e na região em geral se opuseram ao estabelecimento de um Estado judeu na Palestina. Isso levou a levantes e conflitos, como a Revolta Árabe de 1936-1939 na Palestina.

 

Em 1947, a ONU estava lidando com o futuro do Mandato Britânico na Palestina, que estava sob administração britânica desde o final da Primeira Guerra Mundial. Nesse contexto, a ONU propôs o Plano de Partilha da Palestina em 1947, que dividiria a região em dois estados, um judeu e um árabe, com Jerusalém sob controle internacional. Osvaldo Aranha, na época presidente da Assembleia Geral da ONU, desempenhou um papel fundamental na negociação e adoção do Plano de Partilha. Sua habilidade diplomática ajudou a garantir o apoio da maioria dos membros da Assembleia Geral à resolução. No entanto, a partilha da Palestina foi controversa, e os líderes árabes rejeitaram o plano, considerando-o injusto e unilateral. Isso marcou o início de um conflito violento entre judeus e árabes na região, levando à Guerra Árabe-Israelense de 1948 e ao subsequente estabelecimento do Estado de Israel em 1948. Os países árabes vizinhos, também insatisfeitos com a partilha, se opuseram à criação de Israel e lutaram contra o novo Estado, o que contribuiu para a prolongação do conflito.

 

Cumpre notar que, no contexto da criação do Estado de Israel, assistiu-se ao que se denomina, pelos palestinos, de "Nakba" ("catástrofe" em árabe). Trata-se de um evento histórico que teve um impacto profundo e duradouro nas relações internacionais e na história de Israel e Palestina, tendo em vista que causou um êxodo de árabes palestinos de suas terras. As causas do Nakba incluem a partição proposta pela ONU e a subsequente guerra árabe-israelense, que resultou na expulsão e fuga de muitos palestinos. As consequências foram devastadoras, alimentando o sentimento de injustiça e o desejo de retorno entre os refugiados palestinos. Além disso, o “Nakba” teve um impacto nas relações internacionais, chamando a atenção global para o conflito, levando à adoção de resoluções da ONU e contínuas discussões sobre os direitos dos refugiados. Em última análise, o Nakba continua a moldar o conflito israelense-palestino e a busca por uma solução duradoura na região.

 

Desde então, o conflito se intensificou, com guerras subsequentes, tensões em torno de Jerusalém, disputas de territórios ocupados e questões de direitos dos refugiados. A complexidade do conflito, que inclui aspectos culturais, religiosos, políticos e territoriais, tornou-o um dos conflitos mais persistentes e desafiadores do mundo.

 

O Hamas

 

O Hamas, cujo nome é uma abreviação em árabe para Movimento de Resistência Islâmica, surgiu nos anos 1980 em resposta à ocupação israelense na Faixa de Gaza e na Cisjordânia. A organização foi fundada com uma base islâmica e uma visão de libertação da Palestina por meio da resistência armada. O Hamas se propôs a desempenhar um papel dual: conduzir uma resistência armada contra Israel, liderada por sua ala militar conhecida como as Brigadas Izzedine al-Qassam, e oferecer programas de apoio social para a população palestina. Ao longo dos anos, o Hamas consolidou seu poder na Faixa de Gaza, mantendo um governo paralelo ao da Autoridade Palestina.

 

Em termos ideais, o Hamas governa com base nos princípios da sharia, influenciando as práticas de vestuário e promovendo a segregação de gênero em espaços públicos durante os primeiros anos de seu governo. Segundo a Freedom House, uma organização sem fins lucrativos sediada em Washington, EUA, o "governo sob controle do Hamas não possui mecanismos eficazes e independentes para garantir transparência em suas finanças, aquisições e operações". Além disso, o Hamas exerce controle sobre os meios de comunicação social em Gaza, limita o ativismo civil nas redes sociais, reprime a oposição política e restringe as atividades de organizações não governamentais na região.

 

A Complexa Relação

 

A relação entre o Hamas e Israel é marcada por um ciclo contínuo de violência e negociações interrompidas. O Hamas não reconhece o direito de Israel à existência e continua a promover uma luta armada contra o Estado judeu. Isso levou a confrontos militares, como a guerra em Gaza em 2014, que resultou em grande sofrimento humano, assim como o conflito em andamento.

 

Por outro lado, Israel vê o Hamas como uma organização terrorista responsável por ataques de foguetes contra cidades israelenses. O bloqueio de Gaza, imposto por Israel, é uma medida que visa enfraquecer o poder do Hamas na região, mas tem impactado severamente a população civil.

 

Perspectivas Futuras

 

A resolução do conflito Israel-Palestina e da relação com o Hamas permanece um desafio complexo. A comunidade internacional tem buscado há décadas uma solução de dois estados, mas as negociações estão frequentemente paralisadas. Diálogo, respeito mútuo e esforços para melhorar as condições de vida dos palestinos em Gaza e na Cisjordânia são passos essenciais para construir um caminho rumo à paz.

 

Em resumo, a relação entre o conflito Israel-Palestina e o Hamas é um dos principais obstáculos para a paz na região. Compreender as raízes históricas e as complexidades políticas que cercam esse relacionamento é crucial para encontrar uma solução justa e duradoura que traga estabilidade e prosperidade para todos os habitantes da região.

 

Posição do Brasil

 

Em Audiência Pública no Senado Federal, o chanceler Mauro Vieira expôs a posição da diplomacia brasileira em relação ao conflito entre Israel e a Palestina e sobre a retirada de brasileiros da região. 

 

Em suma, conforme Nota à Imprensa nº 438, do Itamaraty, “o Governo brasileiro condena a série de bombardeios e ataques terrestres realizados hoje em Israel a partir da Faixa de Gaza, provocando a morte de ao menos 20 cidadãos israelenses, além de mais de 500 feridos”. Na mesma Nota, têm-se que o “Brasil lamenta que em 2023, ano do 30º aniversário dos Acordos de Paz de Oslo, se observe deterioração grave e crescente da situação securitária entre Israel e Palestina”.

 

O Brasil, historicamente, defende a solução de dois Estados, de forma a se vislumbrar a convivência pacífica entre Israel e Palestina, dentro de fronteiras mutuamente acordadas e internacionalmente reconhecidas.

 

Ademais, cumpre notar que o Brasil não considera o Hamas como um grupo terrorista, em contraste com Israel, os Estados Unidos e a União Europeia. O motivo para essa posição do Brasil é baseado no fato de que o país segue as diretrizes estabelecidas pela ONU. Em contrapartida, outras organizações, como o Boko Haram e a Al-Qaeda, são reconhecidas como grupos terroristas pela Organização e, portanto, o Brasil as considera como tais.



Quer se preparar para o CACD com o Sapientia?

 

Estamos com vagas para o Programa Primeiros Passos, que vai te ajudar a traçar a melhor estratégia de estudos para o concurso e sistematizar seu planejamento. Trata-se de um treinamento 100% on-line, desenvolvido sob medida para quem precisa de orientações básicas para engatar de vez os estudos para o CACD. E isso vale, também, para aqueles que já iniciaram sua preparação e estão precisando de uma forcinha extra para atualizar suas estratégias. E aí, curtiu?

 

>>> Conheça mais sobre o Programa Primeiros Passos clicando aqui.

 

Até a próxima!

sugestao-de-leitura-para-o-cacd-o-quinze

ARTIGOS RELACIONADOS