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O papel da América do Sul na Política Externa do Brasil na Primeira República

O papel da América do Sul na Política Externa do Brasil na Primeira República

Conteúdo postado em 10/02/2023

Olá, Sapiente!

 

Na postagem anterior a essa, falamos sobre a diplomacia da Primeira República - em especial, com relação aos Estados Unidos da América (EUA). E é claro que não poderíamos deixar de falar da atuação de Joaquim Nabuco e do Barão do Rio Branco. Apesar de ambos terem sido “americanistas”, cada um teve suas peculiaridades em seus posicionamentos. Ademais, é importante apontar que, ainda que a atuação brasileira estivesse bastante alinhada aos EUA, a diplomacia do Brasil buscava ser estratégica. Para dar alguns exemplos em que não houve alinhamento sem restrição, cabe citar a Conferência Pan-Americana de 1906, quando Rio Branco elogiou as nações europeias; além disso, a Conferência de Haia de 1907 também exemplifica esse pragmatismo brasileiro, quando Rui Barbosa, chefiando a representação brasileira, divergiu da posição dos EUA na questão de representação seletiva no projetado Tribunal de Justiça Arbitral.

 

Bem… Agora, vamos pensar nos nossos “hermanos”. No que concerne à América do Sul, o pensamento de Nabuco também foi sofrendo importantes alterações ao longo da história. Inicialmente, defendia o distanciamento brasileiro de seus vizinhos sul-americanos, influenciado pelo pendor monarquista. No entanto, em um segundo momento, passou a defender que o Brasil exercesse ativo papel de liderança dos países da América do Sul. Cumpre notar que, para Nabuco, essa aproximação deveria ocorrer de maneira assimétrica, de forma que o Brasil dispusesse de certa preponderância em relação a seus vizinhos, o que seria assegurado pelas relações especiais entre o Brasil e os EUA. Em suma, a aproximação da América do Sul deveria estar, portanto, condicionada aos imperativos de alinhamento aos EUA. Nesse sentido, portanto, sob essa ótica, o Brasil não deveria aderir à Doutrina Drago (considerada antiamericanista), assim como também não deveria se alinhar aos países sul-americanos contras as potências europeias e os EUA na Conferência de Haia, por exemplo.

 

Rio Branco, por seu turno, enxergava a América do Sul tanto como um espaço de cooperação quanto de competição. O ponto central de sua diplomacia era evitar que existissem desequilíbrios de poder desfavoráveis ao Brasil na região. Ao mesmo tempo, então, em que investia no aparelhamento naval brasileiro, buscava mitigar a rivalidade com a Argentina - especialmente notória durante o governo de Alcorta e gestão de Zeballos na chancelaria do país. Nesse contexto, aceitou abrir mão de um dos encouraçados encomendados pelo Brasil (vendido à Turquia), assim como propôs a formação de um Pacto ABC. Com os demais países sul-americanos, a estratégia do Barão era buscar aproximação com eles, de forma que evitasse a formação de coalizões contra o suposto “imperialismo brasileiro”. Diante dessa perspectiva, concedeu o Condomínio da Lagoa Mirim e do Rio Jaguarão ao Uruguai, e mediou a controvérsia entre EUA e Chile (referente às indenizações devidas pelo governo chileno à firma estadunidense Alsop & CO. Ademais, nessa reaproximação com a América do Sul, o Barão enxergava a possibilidade de reequilíbrio na balança de poder em caso de ação imperialista dos EUA na América do Sul. 

 

Basicamente, como já comentamos em discussões anteriores, essa temática da política externa da Primeira República é bastante comum nas provas do CACD - tanto na primeira quanto na terceira fase. Dessa forma, uma maneira interessante de você organizar seus estudos é pensar nas características da diplomacia de Nabuco e Rio Branco. Ademais, diante dessa caracterização, faz-se importante pensar as óticas em direção aos EUA e à América do Sul. 

 

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Até a próxima!

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