Será que é o envelhecimento populacional que compromete o crescimento econômico no Brasil?

Olá, sapientes!

Há uma grande discussão atualmente sobre o Brasil estar perdendo a tal “janela de oportunidade”, mas o que isso significa? Veja bem, é o mesmo que dizer que, no momento, há mais pessoas em idade ativa que pessoas dependentes, facilitando o crescimento da economia. Mas esse bônus demográfico não vai durar para sempre e a tendência é de envelhecimento da população. Vamos entender um pouco mais sobre isso?

Bônus demográfico

Os dados da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD) mostram que, entre 1950 e 2010, foi a inserção das mulheres no mercado de trabalho que formou o principal componente da janela de oportunidade da economia brasileira. Nesse recorte, a parcela de população masculina ocupada permaneceu por volta de 27% da população total do país, enquanto a população feminina ocupada cresceu de 4,7% em 1950 para 19,2% em 2010.

De uma forma ou de outra, o Brasil estava aproveitando o bônus demográfico até 2014. Antes da crise mundial, a demanda por trabalhadores da economia crescia em proporção superior ao crescimento da população total, mas, entre 2014 e 2018, mesmo que a população em idade ativa (PIA) tenha continuado crescendo acima do nível de crescimento da população total, a janela de oportunidade foi desperdiçada nesses anos devido à crise fiscal, à baixa taxa de investimento, ao cenário internacional pouco positivo, entre outros fatores econômicos.

Como será o crescimento da população no futuro?

Segundo as projeções do IBGE, a PIA continuará crescendo, mas em um ritmo menos acelerado que do crescimento população brasileira total até 2042, quando a densidade populacional alcançará o ápice de 228,4 milhões de pessoas. Assim, o Brasil ainda tem alguns anos para aproveitar o bônus demográfico e favorecer uma maior participação feminina no mercado de trabalho. Porém, esses últimos 20 anos de vantagem populacional devem ser aproveitados para proporcionar o tão desejado salto no desenvolvimento do país e a superação da “armadilha da renda média”.

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