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O Tenentismo foi um movimento da baixa oficialidade do Exército durante a Primeira República que demandava uma série de transformações na vida pública brasileira para promover o desenvolvimento real do país. Apesar de não ter sido um movimento coeso, a agenda tenentista tinha pontos bem delimitados, como a maior centralização política, o enfraquecimento das oligarquias, a promoção de transformações sociais e a modernização do país. O caráter inovador do movimento Tenentista, entretanto, não se encontrava na sua agenda de propostas, visto que tais demandas já haviam sido ecoadas anteriormente, e sim na disposição dos oficiais em pegar em armas, uma clara quebra da rígida hierarquia militar.
O desenvolvimento do Tenentismo no Brasil tem origens tanto sociais quanto institucionais. Com a consolidação do poder pelas oligarquias no início do século XX, a estabilidade política alcançada por meio da política dos governadores, instituída com Campos Salles, tornou-se alvo das críticas dos tenentes.
As constantes eleições fraudulentas eram vistas como uma desmoralização da república e prejudicavam o desenvolvimento do país, pois as oligarquias utilizavam-se do poder público para avançar interesses privados. A partir dessa insatisfação, os tenentes passam a tentar mobilizar a população contra o governo oligárquico, crendo que o povo também estaria contra a deturpação dos propósitos republicanos.
A preocupação com as questões político-sociais para além dos muros dos quartéis é singular ao oficialato do Exército nesse momento, visto que o mesmo não é replicado na Marinha, e faz parte da sua evolução institucional. De acordo com o historiador José Murilo de Carvalho, o caráter socialmente ativo dos tenentes remonta ao período após a Guerra do Paraguai.
Com o retorno do baixo oficialato do fronte de guerra, esses oficiais passam a demandar mudanças do governo central em relação ao caráter obsoleto de algumas instituições. As demandas desse primeiro tenentismo continuam presentes na vida pública do Brasil até 1904, quando, após a Revolta da Vacina, esses soldados-cidadãos são reprimidos. A agenda tenentista, entretanto continua existente.
A modernização das Forças Armadas, por meio de investimentos e missões militares estrangeiras, acaba por fortalecer o movimento tenentista ao intensificar as diferenças entre baixa e alta oficialidade. Exemplo disso são os chamados Jovens Turcos, grupo de oficiais do Exército que foram enviados para treinarem na Alemanha e retornam com o modelo de instituição rígida imposto no país europeu.
Esses soldados-profissionais, que priorizam a instituição e o servir ao Estado, contrastam com os soldados-cidadãos, que não desejam continuar a defender um Estado corrupto e preferem intervir na vida pública para defender a pátria e não um governo.
O segundo movimento Tenentista logrou pouco êxito no curto prazo, mas foi bem sucedido no médio prazo com a Revolução de 1930. Os tenentes passaram a organizar-se novamente de forma mais concreta no âmbito da eleição de Artur Bernardes, posicionando-se contra o candidato governista, particularmente por causa do episódio de cartas falsas nas quais Bernardes supostamente criticava Hermes da Fonseca, importante nome do Exército.
A mobilização tenentista não foi suficiente para evitar a vitória da máquina oligárquica, então os oficiais tentam se mobilizar para impedir a posse do presidente-eleito. A falta de coesão do movimento e compreensão da realidade social leva ao grande fracasso do levante dos 18 do Forte, de 1922, ocorrido no Rio de Janeiro, no qual poucos oficiais marcham sozinhos contra o governo oligárquico e não recebem o esperado apoio da população.
Apesar do fracasso, esse movimento é retomado dois anos depois, em São Paulo, em novo levante tenentista contra o governo de Bernardes. Os revoltosos são derrotados em menos de um mês e partem para o sul do país onde encontram outros tenentes insatisfeitos e formam a conhecida Coluna Miguel Costa-Prestes, cujo objetivo principal era desestabilizar o governo de Bernardes e mobilizar a população rural. Apesar da impressionante trajetória percorrida no interior do país, a coluna não alcança seu objetivo e seu líder principal acaba exilado.
Apesar das sucessivas derrotas, os tenentes conseguem chegar ao poder com Vargas e a Revolução de 1930. A baixa oficialidade apoiou a Aliança Liberal de Vargas, mesmo sendo um representante da oligarquia do Rio Grande do Sul, contra Júlio Prestes. Novamente a máquina pública garantiria a eleição do candidato governista, porém os tenentes recusaram-se a aceitar o resultado, argumentando fraude, e passam a pressionar as outras partes da Aliança Liberal, que, com receio de um levante mais forte dos tenentes, convencem a alta oficialidade a exigir que o poder seja transferido diretamente para Vargas. A ascensão dos tenentes no governo Vargas, entretanto, é utilizada como um mecanismo pelo presidente para enfraquecer as oligarquias e garantir a autonomização do poder Executivo.
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